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SEDE ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO DE SANTOS A PIONEIRA FUNDADA EM 1924

SEDE ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO DE SANTOS  A PIONEIRA FUNDADA EM 1924

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um brado de garantia
"Hoje você estará comigo no paraíso."
Lucas 23.43


Todos nós achamos difícil conversar com quem está à beira da morte, especialmente sobre a morte iminente. As enfermeiras contam que amigos e parentes adotam um código de silêncio, evitando falar no assunto sobre o qual o amigo moribundo gostaria de conversar. Quando o homem que havia sido meu médico estava prestes a morrer devido a um câncer, eu soube que não era hora para superficialidades. Debrucei-me sobre sua cama e sussurrei qua­se que diretamente em seu ouvido:
Doutor, você tem de aceitar a Jesus como seu Salvador.
Ao que ele respondeu:
Eu sei que tenho, mas não sei como.
Eu sei que tenho, mas não sei como! Naquela tarde, Deus deu-me o privilégio de lhe mostrar "como", e nas poucas semanas que lhe restavam ele não ape­nas teve a certeza de que iria para o céu, como tam­bém quis que lessem a Bíblia para ele. Teria sido muito melhor se ele tivesse conhecido a fé em Cristo no início da vida, mas, felizmente, a graça de Deus é concedida até mesmo aos que estão no limiar da morte. Sim, antes tarde do que nunca.
Se fôssemos o centurião responsável pela crucifi­cação, teríamos posto os dois ladrões próximos um do outro e Jesus mais afastado. O soldado romano provavelmente não tinha a menor idéia do motivo pelo qual ajeitara as cruzes naquela posição, mas es­tava cumprindo uma antiga profecia: "Ele [...] foi contado entre os transgressores" (Is 53.12). Deus decretou que ele, que era o mais santo, deveria mor­rer entre os mais profanos. Jesus não apenas morreu entre criminosos, mas foi considerado um deles, e nis­so está a essência do Evangelho.
Deus tinha suas razões para decretar que Jesus fos­se crucificado entre dois bandidos. Queria demons­trar a intensidade da vergonha que seu Filho estava disposto a suportar. No nascimento, foi cercado por animais, e agora, na morte, por criminosos. Não per­mita que ninguém diga que Deus se manteve fora da ruína de nosso mundo decadente. Ele desceu para que pudéssemos subir com ele em novidade de vida. Mas, voltemos ao que estávamos examinando.
Nossa atenção volta-se para os dois homens cruci­ficados ao seu lado. Um deles, em particular, merece especial consideração, por ter recebido a promessa de que devemos participar se formos morar no céu com nosso Senhor. Aqui, encontramos segurança para os que estão morrendo de câncer nas enfermarias de hospitais e também esperança para o forte e para o saudável, que poderão um dia encontrar a morte de forma repentina. Aqui há esperança para o pior e maior dos pecadores.
Que dia teve aquele ladrão! Pela manhã, ele esta­va sendo, com justiça, crucificado. Ao anoitecer, foi recebido no Paraíso por Jesus!
Pensemos nessa história.


Sua situação

A ficha desse homem mostra que se tratava de um criminoso profissional, um ladrão "osso duro de roer" que, de início, se juntou aos inimigos de Jesus para ridicularizá-lo: "Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele" (Mt 27.44). Sua atitude era semelhante à de seu parceiro no cri­me, suspenso do outro lado de Jesus. Não sabemos qual dos dois era o mais pecador, mas ambos podi­am ter constado na lista dos mais procurados de Je­rusalém.
Sendo tão ruim, ele representa todos nós. Pode­ríamos rejeitar tal idéia, argumentando que não so­mos ladrões, não assaltamos bancos nem arrancamos bolsas de velhinhas que caminham pela rua. Mas a honestidade exige a admissão de que todos nós rou­bamos a Deus. Suponha que você foi nomeado por uma empresa de Nova York a fim de representar os interesses da empresa em Chicago. Todos os meses, mandam-lhe seu cheque, o qual você, de bom grado, assina e embolsa. Só que, na verdade, você jamais trabalhou para essa empresa, e sim em prol de outra. Isso não seria roubo?1
Esse exemplo nos descreve de maneira exata. Deus nos dá a vida, talentos, habilidade de ganhar dinhei­ro, amigos e ainda assim glorificamos a nós mesmos em vez de glorificá-lo. Em vez de glorificar a Deus, vivemos para nós mesmos e, involuntariamente, ser­vimos os interesses egoístas de Satanás. Se parássemos de fazer comparações entre nós mesmos e sujeitássemos nosso histórico diante da face de Deus, veríamos que não somos muito melhores que o la­drão que se juntou aos amigos que estavam zom­bando de Jesus.
Esse homem não tinha nenhuma expectativa. Era muito tarde para um novo começo, muito tarde para esperar que suas boas ações sobrepujassem as más. O escritor Arthur Pink comenta: "Ele não tinha como trilhar as veredas da virtude, pois tinha um prego atravessado nos pés. Não tinha como realizar nenhuma boa ação, pois linha um prego atravessado nas mãos. Não tinha como virar a página e seguir vivendo uma vida melhor, pois estava morrendo".2 No en­tanto, a impossibilidade não é uma maldição, se nos atrair para o único que pode nos ajudar. Na verda­de, se não estivermos indefesos, não temos como ser salvos.
Lá na cruz, esse homem — que Deus o abençoe! — teve o coração transformado.


Sua notável fé

E muito provável que o ladrão não tivesse visto Jesus até aquele dia. Quando os três homens foram prega­dos na cruz, ele pensou que Jesus fosse apenas outro criminoso. Quando as cruzes foram erguidas e fincadas nos buracos, o ladrão não tinha motivo algum para acreditar que se encontrava na presença da Majesta­de. O Gólgota era o lugar onde morriam os crimino­sos. Não era lugar para encontrar a Divindade.
O que o fez mudar de idéia? Podemos supor que, em primeiro lugar, ele ouviu Jesus orar: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34). Ele não pôde esquecer aquelas palavras, pois somente um homem que conhecesse a Deus podia suplicar ao Pai o perdão para outras pessoas. A ora­ção penetrou em sua consciência, e ele percebeu a estupidez e a cegueira do próprio coração. Reconhe­ceu que também precisava de perdão.
Ele então ouviu a infeliz afirmação da multidão: "Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo!" (Mt 27.42). As palavras foram ditas para desafiar e ridicularizar Jesus, mas o ladrão pensou: "O que eles querem dizer com 'salvou os outros'?". Conforme a multidão ia repassando suas palavras e seus milagres, o criminoso começou a ponderar so­bre a zombaria que fizera e começou a perceber que podia estar justamente na presença do Salvador.
Além disso, Pilatos escreveu o que alguém chamou "panfleto evangélico", pregando-o na parte superior da cruz. Era habitual escrever o crime do crucificado em uma placa para que os passantes pudessem ver o moti­vo da execução. Pilatos escreveu: "Este é o Rei dos Ju­deus" (Lc 23.38). Alguns protestaram: "Não escrevas 'O Rei dos Judeus', mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus" (Jo 19.21). Mas Pilatos, em um raro enlevo de coragem, não mudou de opinião, e a placa foi posta no lugar.
Quando Jesus desfilou pelas ruas de Jerusalém, a placa o acompanhou. Já na cruz, o ladrão pode ter lido a frase ou, mais provavelmente, tê-la ouvido em meio à zombaria. De qualquer forma, agora acredi­tava que Jesus era o Rei, pois implorou: "Jesus, lem­bra-te de mim quando entrares no teu Reino" (Lc 23.42; grifo do autor). Inacreditavelmente, Deus fez nascer a fé no coração daquele homem.
Pense nisso! Ele creu em um momento no qual Jesus estava aparentemente sem condições de salvar quem quer que fosse. Na verdade, aparentemente ele mesmo precisava ser salvo! Jesus estava suspenso como uma vítima indefesa, não como um rei. Quan­do você precisa de salvação, não recorre a alguém na mesma situação. Quando você precisa de salvação, não recorre a alguém que esteja morrendo em des­graça. O bom senso nos diz que o Salvador deve es­tar acima do destino dos mortais.
Que salvador usaria uma coroa coberta de san­gue? Que salvador teria a barba arrancada pela raiz? O corpo de Jesus estava em colapso. Os cravos havi­am rasgado seus pés e mãos. Seu queixo estava apoi­ado no peito, exceto quando reunia forças suficientes para levantar a cabeça e respirar. Que visão chocan­te! E, apesar de tudo, o ladrão creu!
Um Messias que podia ser assassinado pelos inimigos não era o que os judeus procuravam. As es­peculações acerca do Messias diziam que ele afugen­taria os romanos que ocupavam a terra, estabelecendo um reino. Quando Jesus explicou aos seus discípulos que deveria ser crucificado, eles ficaram pasmados. E, naquele dia, até mesmo os que acreditavam nele tiveram dúvidas. Ao mesmo tempo em que o sangue escorria do corpo de Cristo, a fé escoava do coração de seus seguidores. Ainda assim, o ladrão creu!
O ladrão acreditou antes que as trevas caíssem sobre a terra, antes do terremoto e antes que o véu do Templo fosse rasgado em dois. Ele creu sem ter provas da ressurreição ou da ascensão de Jesus Cris­to. Ele creu sem ver Jesus andar sobre as águas, ali­mentar multidões ou transformar água em vinho. Por mais improvável que fosse, ele creu.
Arthur Pink nos desafia com esta pergunta: "Como explicar o fato de esse ladrão moribundo ter aceitado um homem crucificado e sangrando como seu Deus?". Não se pode achar a resposta a essa pergunta pela análise psicológica do indivíduo. A res­posta é encontrada na misericórdia imerecida de Deus. O Espírito Santo atraiu seu coração delinqüen­te para o homem da cruz do meio. E ele creu.
A jornada de fé do ladrão começou quando ele repreendeu seu parceiro no crime: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça..." (Lc 23.40,41). Sua consciência, uma vez despertada, dizia-lhe que temesse a Deus, pois o julgamento estava próximo. Ele honestamente admitiu que estava sofrendo "com justiça", ou seja, estava tendo o que merecia. Não se justificou nem apresentou desculpas. O máximo que podia fazer era esperar que seu companheiro do ou­tro lado também admitisse os próprios pecados.
Lutando com cada palavra, voltou-se e disse a Je­sus: "Lembra-te de mim quando entrares no teu Reino" (Lc 23.42; grifo do autor). Ele não pediu para ser honrado quando Cristo entrasse em seu Reino. Pediu apenas para ser lembrado. Era um pária na so­ciedade, alguém que a família e conhecidos ficariam felizes em esquecer. Seu pedido foi modesto — "Lem­bra-te de mim" —, mas que honra seria ser lembrado por Deus.
Sua fé era corajosa. A multidão caçoava de Jesus. Os agitadores o insultavam: "Se você é rei, onde está seu reino?". E ainda: "Se você é rei, desça da cruz!". O ladrão foi contra o consenso. Rechaçou o crescen­te clamor de vozes que poderia tê-lo desviado do caminho. Um amigo meu disse que só aceitaria a Cristo como seu Salvador se fosse morar longe da família e dos amigos. Achava que o escárnio e a re­jeição seriam insuportáveis. Só admitiria crer em se­gredo. Não é de admirar que se diga que o inferno está cheio de "covardes e incrédulos". Mas o ladrão não se importou com a opinião dos outros. Ele creu.


Seu maravilhoso futuro

Jesus excedeu, e muito, as expectativas do ladrão ar­rependido. "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso" (Lc 23.43).
O encontro entre eles ocorreria naquele mesmo dia. A frase "você estará comigo" descreve a comunhão da qual desfrutariam. A maior bênção para o cristão encontra-se no fato de que Deus nos chamou "à co­munhão com seu Filho Jesus Cristo" (ICo 1.9). Na noite anterior, Jesus fizera uma promessa semelhan­te aos seus amigos mais próximos: "Se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver" (Jo 14.3). Ina­creditavelmente, o ladrão recebeu a mesma promes­sa que os discípulos! Ele estava tão seguro nos braços de Jesus quanto estaria se tivesse servido ao Senhor desde a juventude.
O fato de Jesus ter ou não descido ao Hades, como ensina o Credo dos apóstolos, é debatido por teólogos. Se fez isso, foi por um curto período, pois havia prometido ao ladrão que estariam juntos na­quele mesmo dia. Alguns colegas — que Deus os abençoe! — acreditam no "sono da alma", conceito que defende a idéia de que a alma dorme incons­ciente até o dia da ressurreição. Mas essa doutrina não está fundamentada nas Escrituras, e sim nos escritos de uma suposta profetisa, a qual não é con­siderada confiável por muitos. Aqui não há lugar para teorias sofisticadas ou jogos de palavras. Jesus disse: "Hoje você estará comigo no paraíso" (grifo do autor).
Naturalmente, Jesus morreu antes do ladrão e estava pronto para recepcioná-lo no local de habita­ção eterna. Spurgeon escreveu que "esse homem que foi seu último companheiro na terra" foi também seu "primeiro companheiro nos portões celestiais".5 O ladrão esteve com ele na condenação e, algumas ho­ras mais tarde, estava com ele na eternidade. Se o Cristo agonizante pôde dar ao ladrão a promessa de salvação eterna, pense no que o Cristo vivo pode fazer!
Ainda que eu corra o risco de ser mais claro do que deveria, deixe-me apontar os seguintes fatos sobre a salvação do ladrão:
Ele não fez uma parada no Purgatório, a cami­nho do Paraíso.
Ele não era batizado.
Ele não recebeu os últimos ritos da Eucaristia.
Ele não pediu à Maria, que estava em pé diante da cruz, ajuda para se aproximar de Jesus.
Para dar mais ênfase à promessa, Jesus iniciou com a frase "Eu lhe garanto". Era uma nota promissória expedida pelo Banco do Céu, tão digna de confiança quanto o homem que a assinava. Suspenso em apa­rente desamparo, Jesus ainda controlava os portões do Paraíso. Ele tinha o poder de fazer promessas e julgar o culpado. Jesus jamais desempenhou o seu papel de Rei de forma tão autêntica quanto naquele momento.


Sua fé é testada

Coloquemo-nos na situação do ladrão que agoniza­va. Ele ouvira a promessa dos lábios de Jesus, porém mais tarde, ao meio-dia, as trevas se espalharam por toda a terra. Ele ouve o Salvador, que acabara de encontrar, bradar: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?" (Mt 27.46). Depois disso, ocor­reu um terremoto, e as pedras se partiram ao meio. "Naquele momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, e as ro­chas se partiram" (Mt 27.51).
Ao ver a escuridão e ser sacudido pela terra que tremia sob si; ao ouvir o brado de agonia da mesma pessoa em quem havia acabado de depositar sua con­fiança, ondas de dúvida cobriram sua fé. Talvez, no fim, seu Salvador não o pudesse salvar! Como pode­ria conduzir pecadores à presença do próprio Deus, se este o havia abandonado? Como podia falar com autoridade sobre o céu, quando, aparentemente, não conseguia controlar o caos sobre a terra?
Com ou sem dúvidas, a promessa de Jesus ainda era válida. Ainda que a fé do ladrão houvesse desa­parecido naquelas três horríveis horas, seu destino estava assegurado. Jesus havia falado, e isso era tudo que importava. "Quem crê no Filho tem a vida eter­na; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (Jo 3.36).
Conheço cristãos que sofrem do mal de Alzheimer, que nem sequer conseguem lembrar que confiaram em Cristo como Salvador. Outros, com as faculda­des mentais em pleno funcionamento, passaram por enorme aflição emocional com a aproximação da morte. Um missionário que passou vários anos no trabalho de evangelização enfrentou uma morte tor­turante em função de um câncer. Suas falsas espe­ranças e seus sonhos não realizados acabaram com sua fé. Ele morreu acreditando que havia sido aban­donado por Deus. Suas últimas palavras foram: "Sin­to-me aprisionado".
William Cowper (1731-1800), poeta que amava a Deus e se converteu em tenra idade, sofria de pro­blemas mentais. Durante seus acessos de depressão, acreditava estar condenado. Certa vez, ao entardecer, escreveu:


Deus age de forma misteriosa
Nas maravilhas que realiza.6


Ainda assim, naquela mesma noite, Cowper ten­tou se suicidar. E, quando falhou, acreditou estar mais "condenado que Judas". Mas todos que o conheciam davam testemunho de seu profundo amor a Deus e ao Evangelho. Ele acreditava apaixonadamente em Cristo, e, no fim, isso é tudo que importa. As confu­sões de seu estado mental não invalidavam a pro­messa de Jesus, e é sua promessa que vale.
Deixe que o ladrão desanime; que tenha receio; que venha a pensar que aquele em quem havia de­positado sua fé não tinha como cumprir a promes­sa — isso não importa. Deus havia falado. Naquele dia, ele estaria com Jesus no Paraíso. E, quando ele escutou a oração final de Jesus — "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23.46) —, sua fé foi indubitavelmente restaurada. O sofrimento agora era suportável, pois seu terrível dia logo te­ria um fim.
Essa extraordinária história traz-nos algumas lições.


Lições transformadoras

Lembremo-nos de que ambos os ladrões oraram, mas apenas um foi salvo. O outro ladrão disse: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!" (Lc 23.39; arc). O homem agonizante pensou: "Se Je­sus é rei, por que deixaria de exercer sua soberania, salvando os três que estão sendo crucificados hoje?". Esse ladrão queria estender a vida na terra por mais alguns dias ou anos. E se Jesus tivesse ouvido a ora­ção dele e salvado a si mesmo e aos outros dois? Ele teria cancelado o plano de Deus e não poderia salvar ninguém mais. O problema desse ladrão é que ele se importava apenas com esta vida, não com a próxima. "Ele não sentia qualquer arrependimen­to pelos seus pecados, apenas a aflição de estar sofrendo as conseqüências de seus atos".7 Jesus mor­reu para que o ladrão perdoado pudesse estar no Paraíso e para que você e eu possamos estar com ele no futuro.
Jesus foi contado com os transgressores, para que você e eu pudéssemos ser contados com os redimidos. Embora fosse pessoalmente puro, foi considerado transgressor tanto por Deus quanto pelo homem. Ele sofreu o que não merecia, ou seja, o nosso pecado, e nós tivemos o que não merecíamos, ou seja, sua jus­tiça. "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" (2Co5.21).
Os ladrões tiveram a mesma oportunidade. Am­bos ouviram as palavras de Jesus: "Pai, perdoa-lhes". Ambos sabiam que Jesus estava sendo ridiculariza­do por afirmar ser o Rei dos judeus. Ambos ouviram o que diziam os inimigos de Jesus: '"Salvou os ou­tros', diziam; 'salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido'" (Lc 23.35). Mesmo assim, am­bos estarão separados para sempre, cada um com seu destino. Mesmo enquanto você lê estas palavras, um está na presença de Deus, e o outro, em um lugar de isolamento, tristeza e terror. O que os separou não foi a intensidade do mal que praticaram nem o distanciamento que tinham de Cristo. Eles estão se­parados porque um pediu ajuda a Cristo, enquanto o outro o ridicularizou.
Esses ladrões representam toda a raça humana. Em última análise, o mundo não é dividido geográfi­ca, econômica ou racialmente. Não podemos traçar uma linha separando as pessoas mais ou menos boas das mais ou menos más. Todas as raças, nações e culturas estão divididas pela cruz. De um lado, estão os que crêem, do outro, os que optam por se justifi­car, determinados a entrar na presença de Deus por conta própria. O céu e o inferno não são lugares dis­tantes, estão próximos de nós. Tudo depende de como nos comportamos com Jesus.
Por fim, caro leitor, hoje é o dia para crer em Cris­to. Alguns vêem o ladrão como exemplo de "conver­são no leito de morte", e conheço pessoas que acreditam que algum dia também crerão, mas logo antes de morrer. No entanto, poucos, muito poucos são salvos nas últimas horas ou dias de vida na terra. Um puritano, ao comentar a conversão do ladrão que ocorreu no momento de sua morte, com perspicácia falou: "Esse caso está registrado para que ninguém se desespere, somente aquele que ninguém poderia imaginar".
Warren Wiersbe observa que o ladrão não foi salvo na última oportunidade, e sim na primeira. Ele não estava presente quando Jesus transformou água em vinho nem quando Jesus acalmou a tempestade ou alimentou as multidões. Não ouviu o Sermão do Monte nem as palavras que Cristo disse ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados". Aquela foi a pri­meira oportunidade para acreditar em Cristo.
Existem duas grandes razões para não perdemos tempo em aceitar a Cristo como nosso Redentor pes­soal. Primeira: não sabemos a hora em que morrere­mos. Nem todos recebem aviso. Nem todos morrem de doenças terminais ou permanecem conscientes de­pois de um acidente de carro. Milhões de pessoas morrem de forma repentina, sem ter ao menos um minuto para pensar sobre seu relacionamento com Deus. Segunda: a maioria dos que rejeitam o Evan­gelho quando estão saudáveis continuará rejeitando quando chegar a hora da morte. Conforme ficamos mais velhos, ou nosso coração é atraído mais para perto de Cristo ou é impelido a se afastar mais e mais dele. É impossível permanecer neutro.
O ladrão que não se arrependeu comprova essa teoria. Veja-o lá na cruz, sofrendo indizível agonia. Ele sabe que está a ponto de morrer. Seu amigo o ajudara a ter consciência de seus grandes pecados. E, ainda assim, por incrível que pareça, ele zomba de Jesus em seu último suspiro! Como a maioria das pessoas, morreu da mesma forma que viveu. Não é de admirar que o escritor de Hebreus tenha perguntado: "Como escaparemos, se negligenciar­mos tão grande salvação?" (Hb 2.3). Obviamente, não há escape.
Já o ladrão arrependido nos dá a esperança que todos buscamos. Ainda que tivesse muitos pecados, tornou-se uma testemunha da imerecida graça de Deus. Ele é a prova de que um ato de fé pode salvar até mesmo o pior dos pecadores. Na verdade, a ques­tão não está no tamanho de nosso pecado, mas em nossa disposição para crer, a qual determina nosso destino.
William Cowper, embora atormentado pelas dú­vidas, compreendeu que, se o ladrão pôde ser salvo, todos nós podemos ser salvos também. Ele escreveu um hino intitulado There is a fountain fdled with blood [Há uma fonte cheia de sangue}. Uma de minhas estro­fes favoritas diz:


Agonizante, o vil ladrão, contrito, achou na cruz a mais perfeita redenção na graça de Jesus.


O perdão dado ao ladrão lembra-nos que há mais graça no coração de Deus que pecado em nosso pas­sado. Nós, da mesma forma que ele, também pode­mos ser bem recebidos na eternidade. Basta transferirmos nossa confiança para aquele que guar­da as chaves do Paraíso.


PR CHARLES URGNEM






FONTE : Erwin W. Lutzer.

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