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SEDE ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO DE SANTOS A PIONEIRA FUNDADA EM 1924

SEDE ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTERIO DE SANTOS  A PIONEIRA FUNDADA EM 1924

sexta-feira, 8 de julho de 2011

UMA JORNADA NO INTERIOR DO CORAÇÃO DE JESUS
Depois de terem zombado dele, tiraram-lhe o
manto e vestiram-lhe suas próprias roupas.
Então o levaram para crucificá-lo.
Mateus 27.31


"Você estava lá quando crucificaram o meu Senhor?"
Quando criança, eu ficava imaginando o que es­sas palavras poderiam significar. É evidente que o autor do hino tinha a clara intenção de que respon­dêssemos de forma afirmativa. No entanto, não há dúvida de que eu não estava lá quando crucificaram meu Senhor! Nasci séculos após a morte de Jesus. Por cerca de dois mil anos, perdi o acontecimento. Eu também não estava lá quando o colocaram no túmulo nem quando "ressuscitou dentre os mortos".
Todavia, à medida que crescia na compreensão de minha fé, dei-me conta de que eu estava lá. Na verdade, se não estivesse lá, não teria hoje salvação.
Pois foi no Calvário que Jesus se tornou judicialmente culpado por nossos pecados. Graças a seu propósito eterno, posso dizer que ele morreu por mim e, ao ter perdoado meus pecados, "se assentou à direita da Majestade nas alturas" (Hb 1.3). Isso significa que aqueles que não estavam lá morrerão por seus pecados.
A cruz é bastante mal-interpretada nos dias de hoje. Isso pode ser comprovado pelo fato de ser quase impossível achar alguém que diga algo negativo a res­peito dela. A cruz é usada como pingente por atle­tas, adeptos do Movimento Nova Era e astros de rock. Esse indescritível instrumento de morte e cruel­dade é agora símbolo de união, tolerância e espiri­tualidade de todos os gêneros. O "escândalo da cruz", como diz Paulo, há muito desapareceu, quando a mensagem foi reinterpretada para se adequar à men­te moderna. Muitos dos que usam a cruz no pescoço ficariam horrorizadas se compreendessem seu ver­dadeiro significado.
Por exemplo, deixe-me apresentar-lhes uma mu­lher de "trinta e poucos anos" que encontrei em um avião a caminho de Cleveland. Minha esposa e eu estávamos sentados juntos, e notei que a mulher sentada do outro lado do corredor usava um colar com uma cruz. Na expectativa de iniciar uma conver­sa, eu lhe disse:
Graças a esta cruz, temos realmente um Salva­dor maravilhoso, não é mesmo?
Surpresa, ela virou os olhos e respondeu:
Bem, não creio que compreenda a cruz dessa maneira. Veja isto.
Ela tomou a cruz em sua mão e mostrou que por baixo dela havia uma estrela de Davi e, logo depois, um pingente que simbolizava o deus hindu Om.
Trabalho no serviço de assistência social. As pessoas com quem trabalho vêem Deus de diver­sas formas. O cristianismo é apenas um dos cami­nhos para chegar a ele.
Você pode imaginar o debate acalorado que tive­mos nos vinte minutos seguintes, sobre a possibili­dade de a cruz ser partilhada com outras religiões. Expliquei que a cruz pode ser unida a outros símbo­los em um colar, mas nunca na realidade. Quanto mais compreendesse a cruz, mais claramente enten­deria que ela precisava estar sozinha. Combiná-la com qualquer outra religião, filosofia ou ideário humano é destruir seu significado. Descobri mais uma vez que o mundo, de maneira geral, fica profundamente es­candalizado pela mensagem da cruz. Quanto mais a massa compreende o que Jesus fez e por quê, mais a cruz é desprezada.
Alguns dos que querem ser reconhecidos como cristãos interpretam a cruz como o mais alto tributo ao valor humano. Raciocinam da seguinte forma: "Já que Deus se dispôs a mandar seu Filho para morrer por nós, isso significa que somos pessoas de grande valor. Por isso, devemos usar a cruz como meio de confirmar nossa dignidade e reforçar nossa auto-esti­ma". Assim, sem perder o respeito próprio, o ser hu­mano pode concluir que tem o direito de ser abençoado por Deus simplesmente pelo fato de ser quem é (humano). A cruz, assim, não será ofensiva para ninguém, nem será estigmatizada como loucu­ra. Recordo-me de uma placa acima do tabuleiro de um vendedor durante um evento no Brasil: "Cruzes baratas à venda".
Pessoas assim não captam a mensagem central da cruz. Não apenas o fato de Jesus ter morrido por nós é importante, mas também a forma que ele morreu. A cruz não era apenas uma forma cruel de assassina­to: ela humilhava as vítimas. Era utilizada para exe­cutar os mais amaldiçoados. O procedimento, como todas as torturas, acabava com a vítima nua, sem di­reitos, sem respeito e sem refúgio algum. Logo, a cruz não prova apenas o amor generoso de Deus para com os pecadores, mas também a intensidade de nosso pecado e de nossa rebelião contra ele. Para nós, amar o pecado seria como amar a faca usada para matar uma criança.
Ouça com atenção cada palavra de sir Robert Anderson, que escreveu esta poderosa declaração:


A cruz calou o homem quanto à graça e ao juízo. Pôs abaixo todas as "divisórias" e deixou o mun­do repleto de pecadores indefesos, tremendo, à beira do inferno. Todo esforço que puderem empreender por si mesmos será tão-somente a nega­ção da perdição e também a negação da graça divina que se inclina para abençoá-los onde e como estiverem.


A cruz, corretamente compreendida, não exalta ninguém que não tenha sido primeiramente humi­lhado. Ela apenas vivifica os que primeiramente "ma­tam". A cruz expõe a futilidade de nosso sentimento de superioridade moral e faz-nos recordar que so­mos pecadores, incapazes de efetuar nossa reconcili­ação com Deus. Perante a cruz, podemos apenas ficar com a cabeça baixa e o espírito abatido.
Sim, estávamos lá quando nosso Senhor foi cru­cificado. Herbert Butterfield escreveu:


A crucificação, seja lá qual for nossa interpreta­ção, acusa a natureza humana, acusa-nos das mesmas coisas que pensamos ser virtudes nossas [...] Nossa posição quanto à crucificação deve ser a de nos identificarmos com o resto da natureza humana. Devemos dizer: "Nós o fizemos". E a incapacidade de adotar semelhante atitude, no caso dos acontecimentos do século xx, é a causa de nossa absurda falta de condição de lidar com o problema do mal.
A menos que nos vejamos merecedores do vere­dicto que Pilatos deu a Jesus e a menos que nos ve­jamos dignos do inferno, jamais entenderemos a cruz. Alguém já disse que, para nós, é difícil abraçar a cruz quando a satisfação pessoal é soberana.


Ao contrário da crença popular, a mensagem cen­tral do cristianismo não é o Sermão do Monte nem as parábolas de Jesus que ilustram amor ao próxi­mo. A mensagem que transformou o mundo do pri­meiro século era que os seres humanos são culpados, irremediavelmente culpados por pecados que não podem ser compensados. A cruz destrói todo o or­gulho e acaba com o valor fundamental do esforço próprio. A cruz é a prova do grande amor de Deus, mas também revela monstruosidade. Por incrível que pareça, os discípulos proclamaram que a humilhan­te e cruel execução de Jesus foi também o mais as­sombroso fenômeno salvífico de Deus. Não é de admirar que isso fosse um obstáculo para os religi­osos e uma insensatez para os que se consideravam sábios! E não foi à toa que isso mudou o mundo deles.
Outros interpretam erroneamente a cruz, consi­derando-a uma bandeira a ser defendida, e não um meio de execução. Hoje em dia, estamos afunda­dos no que podemos chamar "cristianismo cultu­ral", doutrina que embrulha a cruz de Cristo na bandeira de qualquer nação. Nos Estados Unidos, pessoas bem-intencionadas equiparam o sonho americano com o sonho de Deus para a nação. Assim, existe um programa político cristão com matizes nacionalistas no que tange à defesa, à liberdade re­ligiosa e aos boicotes de diversos gêneros. Contu­do, por mais válidos que sejam esses objetivos, identificados como iniciativas "cristãs", freqüente­mente obscurecemos a mensagem que o mundo pre­cisa ouvir com clareza e firmeza. Pergunte sobre a fé cristã a algum cidadão americano comum, e ele lhe dará diversas respostas, muitas vezes fazendo menção a programas políticos. Poucos sabem que a doutrina central do cristianismo é que Cristo mor­reu na cruz para salvar os pecadores da destruição eterna.
Será que nos esquecemos — nós, cristãos compro­metidos — de que o poder de Deus é mais claramente visto na mensagem da cruz que em qualquer projeto político ou social que possamos inventar? A busca do antídoto para nossas míseras desgraças não seria o sintoma de que perdemos a confiança no poder da cruz para a salvação do ser humano? Será que nos agarramos à cruz com a verdadeira convicção de que ela não é apenas parte de nossa mensagem, compre­endendo corretamente seu todo?
E aqui vem o alerta. P. T. Forsythe, ao falar sobre a cruz como ponto central da obra de Deus pelos pecadores, escreveu: "Se você deslocar a fé daquele centro, você pôs o prego no caixão da igreja. A igreja é então sentenciada à morte, e é apenas uma questão de tempo até que venha a falecer". A igreja só pode viver e respirar na cruz. Sem isso, não há vida ou razão para existir. Oportunamente proclamada, ela é "o poder de Deus para a salvação".
Outros pensam na cruz com profundo sentimentalismo, mas sem espírito de arrependimento. Na sala de espera de um hospital, conheci uma mulher que meditava nos ferimentos de Jesus, tendo nas mãos um pingente de Cristo crucificado.
Ele sofreu tanto! É inacreditável! — ela disse com lágrimas nos olhos.
Lembrei-a de que Jesus sofreu pelos nossos pecados.
Sim — ela respondeu —, mas por que tanto sofrimento? Sofrer por umas poucas mentiras que dizemos e por umas poucas coisas que fazemos de errado?
Aquela senhora — que Deus a abençoe —- chorou pelos sofrimentos de Jesus na cruz, mas não pelos próprios pecados, que o puseram lá. Expliquei-lhe da melhor maneira que pude que, se compreendês­semos a santidade de Deus, não falaríamos sobre "pequenas mentiras" e "umas poucas coisas que fa­zemos de errado". Por um lado, a maioria das pessoas tem mais que umas poucas e "pequenas" transgressões no currículo. Por outro lado, o primeiro mandamento diz: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu cora­ção, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças" (Mc 12.30). Essas palavras condenam a todos nós, pois por natureza nos mante­mos preocupados com nossos interesses. Se somente pensarmos em Deus como uma extensão de nós mes­mos, concluiremos que nosso pecado não é muito grave. Ravi Zacharias conta que uma nova convertida lhe escreveu dizendo que sempre que lê sobre a cruz cai de joelhos, pensando no amor de Deus. Mas quando lê a respeito do inferno, fica zangada com Deus. Ela aparentemente não percebe que não po­demos entender a cruz, a menos que compreenda­mos o inferno. Sem o inferno, a cruz perde todo o significado.
O sofrimento de Jesus foi terrível, pela simples razão de que nosso pecado ê terrível. E devemos ter sempre em mente que o sofrimento de Jesus não foi somente físico — o pior não foram as lacerações, a coroa de espinhos e os pregos. O sofrimento espiri­tual que ele suportou quando a associação com o Pai foi interrompida por três horas na cruz foi o supre­mo sofrimento, agonia que você e eu jamais experi­mentaremos.
Tenha em mente que a crucificação — com todos os seus horrores — era comum no primeiro século. Estima-se que os romanos crucificavam 30 mil pes­soas por ano. Era a forma de execução normalmente aceita para prisioneiros políticos e criminosos de vá­rias espécies. Esses homens suportaram o mesmo so­frimento físico que Jesus. Mas o cálice que o Pai deu para Jesus beber significa que ele levou sobre si nos­sos pecados. A grandeza da santidade do nosso Sal­vador em contato com nossa iniqüidade é o que importa no Calvário.


PR CHARLES URGNEM 




Fonte: Erwin W. Lutzer
 

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